
Regue o que é seu e florescerá para todos!
Quando decidi que não iria mais procurar emprego, senti um medo avassalador. Foi então que comecei a refletir sobre as três tentativas que fiz após ser demitida do último grupo de concessionárias onde trabalhei.
Minha primeira tentativa foi na empresa de um ex-chefe, também atuante na área de seguros. Curiosamente, foi essa empresa que me apresentou ao universo dos seguros anos atrás. Porém, a realidade era outra: apesar de ser o mesmo chefe, a equipe e a dinâmica da empresa eram completamente diferentes, e eu havia mudado muito como profissional. Me senti como um peixe fora d'água, e não demorou para que me afogasse. Foi uma experiência dura que acabou em decepção com alguém que eu admirava profundamente.
A segunda tentativa foi em uma nova empresa, também na área de seguros, para a qual fui indicada. A equipe, formada por profissionais que decidiram sair de uma empresa consolidada e criar seu próprio negócio, parecia promissora. No entanto, desde o início, a interação com um dos sócios foi hostil, e o sentimento foi mútuo. Como se não bastasse, uma secretária se aliou a ele em provocações constantes. Tentei ignorar, mas era algo impossível. Resultado: nada funcionou.
Na terceira tentativa, havia uma grande promessa. Novamente na área de seguros, dessa vez, com um proprietário jovem que não acreditava em seguros para veículos usados. Ele tinha lojas especializadas nesses automóveis e defendia a ideia de que seus clientes não teriam recursos para financiar tanto o carro quanto um seguro. Mostrei que ele estava errado. Entretanto, pouco tempo depois, ele passou o meu cargo para o filho mais velho. Essa foi a gota d’água.
Foi nesse momento que decidi me dedicar exclusivamente aos meus clientes. Resolvi alçar voos independentes, produzir para quem nunca me decepcionaria — eu mesma.
Tudo começou com uma pergunta que mudou minha visão: *"Por que trabalhar para os outros e não para você mesma?"* A partir daquele instante, entendi que nunca mais seria demitida. Foi uma virada de chave, um ponto sem retorno. Até então, eu via meu trabalho autônomo como algo passageiro. Mas aceitar que eu poderia ser minha própria gestora foi a melhor decisão que tomei na minha vida profissional.
Desde então, meu esforço tem gerado frutos que são meus. Parei de me matar trabalhando para enriquecer empresas alheias. Migalhas ficaram no passado. Hoje, mesmo ganhando por produção, tenho a satisfação de ver a maior parte do resultado ficar comigo, depois de deduzir o que é devido ao governo e aos que colaboram comigo.
Nunca fui escrava do dinheiro, mas sei que ele é essencial. Porém, falaremos sobre isso amanhã. Por hoje, encerro aqui.
Até lá,
Cindy Ferreira | viveReal