
Dinheiro é sempre a ferramenta, nunca o alvo!
Reorganizar uma vida aos 50 não é tarefa fácil. Se pudesse, eu excluiria a área financeira dessa reorganização sem pestanejar. Verdade seja dita, toda sexta-feira, quando chega a hora de escrever sobre finanças, meu primeiro instinto é querer sair correndo.
Pode até parecer exagero, mas imagino que, se pudéssemos viver sem dinheiro, o mundo seria quase um paraíso. Não estou aqui sendo demagógica nem fazendo apologia à pobreza. Estou, sim, compartilhando um pensamento que sempre me acompanha.
É doloroso ver pessoas traindo, matando e morrendo por dinheiro. Nesses momentos, pergunto a Deus se sou de outro planeta. Sim, eu trabalho e cobro pelo meu trabalho – e considero isso justo. Não vou fingir que não valorizo morar em um ótimo bairro, numa das cidades mais lindas do Brasil, num apartamento pequeno, mas aconchegante, com cada detalhe projetado por mim.
Também agradeço por ter acesso ao tratamento que preciso, cuidar da minha saúde e consumir alimentos saudáveis. Amo tudo isso e reconheço o esforço necessário para conquistar essas condições. Mas o ponto não é esse. Minha verdadeira vontade seria suprir todas essas necessidades por meio de um sistema de trocas, como o escambo.
A questão financeira tomou uma dimensão ainda mais dolorosa quando perdi uma das pessoas que mais amava por causa de dinheiro. Nada do que fiz por ela ao longo de mais de 40 anos teve valor para ela. Tenho certeza de que, se eu tivesse mais dinheiro, ela não teria me descartado como fez – como um objeto que perdeu a utilidade. Era sangue do meu sangue, mas nunca me amou de verdade. Apenas gostava do que eu fazia por ela, por sua casa, por seu filho, até mesmo por sua empresa. Quando o dinheiro começou a falar mais alto na vida dela, fui deixada para trás como um cachorrinho que não coube na mudança.
Por isso, me perdoem se hoje abro meu coração e digo, sem rodeios: preferiria viver sem dinheiro! Graças a Deus, minha vida financeira está em ordem. Se você consultar meu saldo bancário ou meus cartões de crédito, verá que estou em dia com todos os compromissos. Dinheiro, para mim, tem apenas essa função: ser uma ferramenta de organização.
E há algo que me incomoda ainda mais do que essa necessidade de lidar com dinheiro: a ostentação. Meu Deus, quanta aversão tenho a essa palavra! Mas esse assunto fica para amanhã.
Que Deus lhe conceda o suficiente para uma vida feliz, com aquilo que nenhum dinheiro será capaz de pagar.
Até amanhã,
Cindy Ferreira | viveReal