
A vida é o que você faz dela
Atualmente, vivemos em um espetáculo de aparências, onde muitos fingem ter a vida que, na realidade, lhes escapa pelas mãos. Estamos imersos em um teatro de "faz de conta", com pessoas trabalhando arduamente para exibir o que não possuem, enquanto deixam a verdadeira essência da vida esvair-se entre os dedos.
O império da ostentação domina as redes sociais, que consomem a maior parte de nosso tempo. O mais triste nisso tudo é que poucos percebem: a vida real é infinitamente mais rica e significativa. Tornamo-nos marionetes manipuladas por aqueles que anseiam pelo poder e controle que o dinheiro proporciona.
É como se estivéssemos construindo um universo paralelo — um reflexo distorcido da realidade — onde uma pseudo-vida perfeita é encenada. Trabalhamos incansavelmente para alimentar mentes ardilosas que se enriquecem às custas de nossos esforços, enquanto obedecemos como soldados digitais perante esses novos "deuses" da era pixelada.
Mais inquietante ainda é perceber que não importa a cor da pele, o nível de escolaridade, a classe social ou a idade: todos, em algum nível, competem nessa corrida insana para parecerem mais felizes e realizados que os demais. O dinheiro, por sua vez, tornou-se o combustível que alimenta essa máquina desigual, separando pessoas que, no fundo, são igualmente manipuláveis pelos algoritmos.
E se isso não fosse insano o suficiente, muitos estão literalmente pagando para fazer parte desse circo cibernético. Nesse espetáculo, o palhaço-rei enriquece a cada dia, enquanto seus súditos tornam-se mais pobres, mais vulneráveis, mais expostos. Tornam-se tão acessíveis e desprotegidos que seus traços podem ser copiados por inteligências artificiais criadas com base no que foi subtraído, gota a gota, de todos que acessaram essa rede tóxica.
Para onde estamos indo? Não tenho certeza. Apenas sinto que é para um lugar perigoso, um lugar muito mais sombrio que o mundo real. É por isso que me esforço em me afastar cada vez mais dos algoritmos e em me conectar mais profundamente comigo mesma.
Quanto à força da inteligência artificial, acredito que seja muito mais sábio tê-la como uma ferramenta a meu favor do que permitir que eu me torne uma ferramenta dela. Tenho uma receita ideal para isso — mas hoje não é dia para receitas.
Na segunda-feira, continuamos a conversa.
Bom final de semana,
Cindy Ferreira | viveReal